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Eficácia entre intervenções Psicoterápicas Breves e intervenções de média duração, junto a crianças em risco, nos bairros sócio – economicamente desfavorecidos de São Vicente, Cabo Verde

Resultados comparativos pré-intervenção vs pós-intervenção

A análise do quadro IV onde se cruza o género com o valor bruto no CDI, na primeira avaliação, demonstra que a média no CDI para os meninos era de 19,14 (presença de sintomatologia depressiva) com desvio padrão de 7,838, e das meninas era de 16,68 de média no CDI (ausência de sintomatologia depressiva) com desvio padrão de 8,807, não sendo estas diferenças estatisticamente significativas.

Quadro IV: Resultado no momento 1 do CDI em função do género

A análise do quadro V demonstra um esbatimento das diferenças mencionadas da primeira para a segunda avaliação, bem como descida dos valores de CDI em ambas as amostras.

Assim, verifica-se que a média dos CDI nos meninos passou para 14,33, com um desvio padrão de 5,562 e para as meninas uma média de CDI de 13,58 com desvio padrão de 5,460, não sendo estas diferenças estatisticamente significativas.

Quadro V: Resultado no momento 2 do CDI em função do género

O quadro VI apresenta os resultados da amostra global (40 sujeitos) no CDI. Verifica-se que a média dos sujeitos na primeira avaliação é de 17,98, com desvio padrão de 8,297 e na segunda avaliação a média global é de 13,98, com desvio padrão de 5,456.

Quadro VI: Resultados da amostra global (40 sujeitos) no CDI.

Para perceber se a diferença da primeira para a segunda avaliação (ou seja, para perceber o eventual efeito da intervenção terapêutica) realizou-se um teste emparelhado constituído por pares de resultados. Por exemplo, primeiro par, constituído pelo resultado nas duas avaliações, por parte do primeiro sujeito, num total de 40 pares de resultados emparelhados.

Como se pode verificar no quadro VII, as diferenças entre o momento de pré intervenção e o momento de pós intervenção são altamente significativas (t= 6,902: p= ,000).

Quadro VII: diferenças entre o momento de pré intervenção e o momento de pós intervenção no CDI

No quadro VIII verificamos que, considerando a nota bruta de corte de 19 pontos no CDI como presença de sintomatologia depressiva, antes de qualquer intervenção psicoterapêutica verificávamos 15 sujeitos (37,5% da amostra) com indicação de patologia depressiva, e 25 sujeitos (62,5% da amostra) sem indicador de sintomatologia depressiva.

Quadro VIII: ponto de corte CDI no momento pré-intervenção

No momento pós intervenção (Quadro IX), considerando a nota bruta de corte de 19 pontos no CDI como presença de sintomatologia depressiva, verificamos 11 sujeitos (27,5% da amostra) acima do ponto de corte como indicativo de patologia depressiva, e 29 sujeitos (72,5%) sem indicação de patologia depressiva.

Quadro IX: ponto de corte CDI no momento pós-intervenção

Diferença entre Terapia Breve (5 sessões) e Convencional (20 sessões)

No quadro X quando se procura avaliar os resultados no CDI no grupo que aleatoriamente partiu para o grupo da terapia breve (5 sessões) verifica-se que a sua média era de 18,70, com um desvio padrão de 9,437, e que o grupo que partiu para a terapia convencional de 20 sessões apresentava uma média no CDI de 17,25, com um desvio padrão de 7,152, não sendo estas diferenças estatisticamente significativas.

Numa análise pós intervenção verifica-se uma redução considerável nos valores brutos do CDI em ambos os grupos. A média dos que foram sujeitos a terapia breve passa para 14,10 de nota bruta no CDI, com um desvio padrão de 6,265, e a média no grupo sujeito a terapia convencional passa para 13,85, com desvio padrão de 4,671. Não se verificam diferenças estatisticamente significativas entre os dois modelos de intervenção, mas sim encontram-se diferenças estatisticamente significativas considerando o facto de a criança ter passado por um processo de intervenção psicológica (t= 6,902: p= ,000).

Quadro X: Diferenças pré e pós intervenção no CDI em função do tipo de intervenção

Discussão dos resultados

A análise dos resultados permite verificar que a amostra estava equilibrada em função do género e das idades médias dos alunos. Assim, não é de esperar que eventuais diferenças se possam dever a efeitos parasitas aportados por tais variáveis.

Já no que diz respeito à variável que permite perceber se a criança está inserida num ambiente socioeconómico familiar abaixo ou acima do limiar de pobreza, o quadro II permite-nos verificar que quando cruzamos as variáveis Classe Social (Abaixo do Limiar de Pobreza / Acima do Limiar de Pobreza) com os valores brutos do CDI, temos que em 40 crianças, 27 das mesmas (67,5% da amostra) se encontram abaixo do limiar de pobreza, sendo a média dos resultados brutos do CDI de 18,56 com um desvio padrão de 8,541. Do total de crianças, 13 (32,5% da amostra) encontram-se acima do limiar de pobreza e os seus resultados bruto no CDI são de uma média de 16,77, com um desvio padrão de 7,960, não sendo estas diferenças estatisticamente significativas. Tais resultados estão em conformidade com os vários relatórios relativos ao nível económico que a maioria das crianças de zonas desfavorecidas, como são o Mindelo, em Cabo Verde, estão sujeitas (cf. Proença, 2009).

A análise do quadro III permite verificar que no que toca a fazer parte de uma família monoparental ou biparental, 24 crianças (60%) enquadram-se em famílias monoparentais, em comparação com 16 crianças (40%) de famílias biparentais. Os seus resultados brutos no CDI são de uma média de 16,38 (ausência de sintomatologia depressiva), com um desvio padrão de 7,186, e as